https://bandcamp.com/search?q=Aguidavi%2Bdo%2BJ%C3%AAje&item_type LADO A (21:13) Ibaô-Ogum (7:34) (Luizinho do Jêje) Na palha do dendê (5:39) (Luizinho do Jêje, Magary e Peu Meurray) Violão de cabaça (8:00) (Luizinho do Jêje, Nem Cardoso e Magary) part. Gilberto Gil LADO B (28:42) Salve os Caboclos (6:07) (Luiz...(展开全部)https://bandcamp.com/search?q=Aguidavi%2Bdo%2BJ%C3%AAje&item_type LADO A (21:13) Ibaô-Ogum (7:34) (Luizinho do Jêje) Na palha do dendê (5:39) (Luizinho do Jêje, Magary e Peu Meurray) Violão de cabaça (8:00) (Luizinho do Jêje, Nem Cardoso e Magary) part. Gilberto Gil LADO B (28:42) Salve os Caboclos (6:07) (Luizinho do Jêje e Nem Cardoso) part. Carlinhos Sete Cordas Couro no tempero (7:53) (Luizinho do Jêje e Magary) Xirê (8:58) (Luizinho do Jêje, Nem Cardoso e Peu Meurray) Chico Melabenguê (5:44) (Luizinho Do Jêje, Magary e Peu Meurray) - TEXTO NEI LOPES “Quem come em mesa bonita tem que usar camisa limpa”, diz a sabedoria de nossos ancestrais africanos. Por isso, abro esta breve apresentação primeiro informando que este não é um álbum de músicas rituais, sagradas. Mas que também não é de canções para simples entretenimento. Pois o que esta obra de arte propõe a você, caro leitor, é uma longa viagem atlântica, de ida e volta, do Brasil ao Golfo de Benin e à chamada Costa dos Escravos. Mas sem nenhum rancor ou ressentimento. Muito pelo contrário! Pois nossa viagem é um lauto banquete e acontece em uma das principais fontes da pujante e inesgotável africanidade brasileira. Como todos sabemos, jêje é o termo que designou, no Brasil escravista, cada um dos africanos ou africanas provenientes do antigo reino de Daomé, no território da atual República do Benin, e hoje adjetiva tudo o que se refere ao legado cultural desse povo. Da mesma forma, o termo nagô foi, na origem, o termo usado pelos daomeanos falantes da língua fon, aqui chamados jêjes, para designar os falantes da língua hoje conhecida como iorubá. Fortes, poderosos, orgulhosos, esses dois povos, — como muitos vizinhos europeus, asiáticos etc. até hoje — alternavam relações ora de paz ora de guerra encarniçada. Mas em solo brasileiro, a partir da Bahia, construíram juntos um admirável complexo cultural, do qual este Aguidavi do Jêje, que orgulhosamente apresentamos, é um exemplo eloquente e oportuno. Se não, vejamos. Aguidavi é a vareta com que são percutidos os três tambores rituais do candomblé jêje-marrim, chamados rum, rumpi e lé. Todas essas quatro denominações vêm da língua fon, sendo jêjes portanto. Como também o nome da comunidade-terreiro onde se originou o grupo percussivo protagonista do presente lançamento, o Zoogodô Bogum Malê Rundó, cujo significado ainda permanece relativamente secreto até mesmo para os estudos mais avançados. Tentativamente, eles tem sido assim apresentados: Zogbodó como “corte de cabelo identificador dos filhos da divindade Sakpatá”, o Omolu ou Obaluaiê dos nagôs; Bogum, associado a Agbogun, divindade protetora da capital do Daomé; o elemento Malê é mostrado como prova da ligação da comunidade com a principal insurreição dos escravizados na Bahia, ocorrida em 1835; e Rundó pode ser a forma brasileira para a forma verbal hun dò, "abrir o buraco", de sentido incerto. Quanto ao repertório deste Aguidavi do Jêje, o que temos a dizer é que ele é também uma viagem percussiva e melódica por diversas possibilidades, a qual inclui a sonoridade da viola de cabaça, de feitura artesanal, característica da chula baiana, definida em um registro do músico Roberto Mendes como “comportamento traduzido em canção” (Fundação Cultural Palmares, 2008). Assim, na viagem, o jêje abraça o nagô sem qualquer impedimento, tanto no “Ogum” da segunda faixa do Lado A, quanto no "Xirê" da terceira faixa do Lado B. Observemos que, na música tradicional africana, como outras do âmbito folclórico, o padrão é o responsorial, ou seja, aquele onde o coro responde à chamada do solista. Isto se observa tanto nos rituais religiosos quanto nos simples folguedos. Assim, aqui nos ocorre uma afirmação do sambista Buci Moreira, neto da legendária Tia Ciata, matriarca da comunidade baiana do Rio de Janeiro, em uma entrevista, aqui citada de memória: “O samba na casa da minha avó era só aqueles corinhos, em que o cantor improvisava”. Entretanto, no presente álbum, as letras de Luizinho do Jêje e parceiros enriquecem o rito, com onomatopeias de magnífico efeito, como xiriquipá tutupá; malamá malaquê; zaumbê, zazazazá; brugudu, brugudu, indo até o velho Daomé e voltando até nós. E até mesmo, como no "Xirê" acima mencionado, invocando um importante orixá do panteão nagô-ijexá que a saudosa Mãe Menininha do Gantuá dizia ser o “santo menino que velho respeita", o odé Logum Edé. Este é um álbum de festa. No qual o mistério permanece. Mas as diferenças étnicas e linguísticas não têm maior importância. Afinal, Exu e Elegbá, Ogum e Gu, Xangô e Hevioso, orixás e voduns, todos são partes desta poderosa união jeje-nagô criada ao mesmo tempo por Olodumare e Mawu-Lissá. E que o Aguidavi de Luizinho do Jêje e seus músicos prepararam, para nossa degustação e nosso deleite. Ajeum! Bom apetite! Axé! Nei Lopes — novembro de 2022 credits released November 30, 2023 Grupo: Luizinho do Jêje Nem Cardoso Alan Teles Danilo Jesus Danilo T’challa Enzo Xablinha Gabriel Santana Ícaro Sá Jadson Xabla Jeferson Chagas Kainã do Jêje Kaique Mello Lídio Alves Lucas Maciel Negokiri Paulinho Music Raysson Lima Tiago Nunes - Ficha técnica: Direção artística: Luizinho do Jêje, Tiago Nunes, Kainã do Jêje e Sylvio Fraga Arranjos e direção musical: Luizinho do Jêje, Tiago Nunes, Kainã do Jêje e Lucas Maciel Produção musical: Luizinho do Jêje, Tiago Nunes, Kainã do Jêje e Sylvio Fraga Gravação: Pepê Monnerat, Edu Costa e Bráulio Passos no Terreiro do Bogum Gravação de voz, violão e complementos: Pepê Monnerat no Estúdio Rocinante Gravação de voz Gilberto Gil: Edu Costa Mistura: Pepê Monnerat, Luizinho do Jêje, Tiago Nunes, Kainã do Jêje e Nem Cardoso Masterização: Götz-Michael Rieth Coordenação técnica: Flávio Marcos Batata Assistência de estúdio: Felipe Duriez, Alexandre Aedel Junior e Arlow Coordenação técnica (SSA): Curujito Assistentes técnicos (SSA): Raphael Santos e Marquinhos Auxiliar (SSA): Giovane Goiaba Roadies (SSA): Flavio Pereira São Pedro e Luciano Melo Bogum Toby Coordenação artística: Jhê Produção executiva: Luanda Morena Fotografias: Diego Bresani Fotografias com Gilberto Gil: João Atala Documentário: Rodrigo Siqueira Projeto gráfico: Julio Dui — Mono
曲目
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Aguidavi do Jêje, Luizinho do Jêje - Ibaô-Ogum 07:34
Aguidavi do Jêje, Luizinho do Jêje - Na palha do dendê 05:38
Aguidavi do Jêje, Luizinho do Jêje, Gilberto Gil - Violão de cabaça (feat. Gilberto Gil) 08:00
Aguidavi do Jêje, Luizinho do Jêje - Salve os Caboclos 06:06
Aguidavi do Jêje, Luizinho do Jêje - Couro no tempero 07:53
0 有用 null 2024-02-16 02:38:34 捷克
去年遗漏的一张巴西神作,当时听到Gilberto的客串单曲的时候就感觉爆了,结果后面忘了听...薄纱各大年榜应该是绰绰有余的
0 有用 RizzySpot! 2024-03-15 22:46:19 四川
真好听
0 有用 Sprawl 2024-02-25 00:08:03 浙江
4.5
0 有用 遠濤 2024-03-20 10:36:46 美国
(音乐很地道,不过我的都市流行耳朵是没资格打分的)
0 有用 null 2024-02-16 02:38:34 捷克
去年遗漏的一张巴西神作,当时听到Gilberto的客串单曲的时候就感觉爆了,结果后面忘了听...薄纱各大年榜应该是绰绰有余的
0 有用 Sprawl 2024-02-25 00:08:03 浙江
4.5
0 有用 RizzySpot! 2024-03-15 22:46:19 四川
真好听
0 有用 遠濤 2024-03-20 10:36:46 美国
(音乐很地道,不过我的都市流行耳朵是没资格打分的)